RESUMO DO ANO - ATÉ QUE ENFIM ACABOU!!!
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RESUMO DO ANO - ATÉ QUE ENFIM ACABOU!!!
Bom, é inegável que esse ano foi um ano de imenso aprendizado, pudemos compreender e acompanhar a Educação Física no decorrer de sua história, desde os conceitos mais primitivos até às mais atuais proporções que ela alcançou. A metodologia adotada da primeira à segunda unidade foi a de estudar cada momento importante da Educação Física relacionada às diferentes concepções do corpo em uma linha do tempo, o que com certeza foi enriquecedor porque aos poucos fomos ampliando nossa limitada visão sobre essa área do conhecimento que é tão importante pra nós como nem imaginamos.
Então, no início, vimos que o corpo era para a sociedade primitiva um símbolo de força bruta, onde o homem explorava a capacidade física como meio de garantir a sua sobrevivência e a de seus familiares (valorizava-se a força, a habilidade de caça e outros atributos), e, ganhando assim o respeito da comunidade em que vivia. A princípio, muito se utilizavam dos métodos naturais (correr, saltar, rolar), habilidades que "nasciam" com a pessoa; ainda não havia uma preocupação com a estética, embora os homens fossem mais cobiçados pelas mulheres se apresentassem um porte físico que se destacasse (se sobrepusesse) sobre os mais fracos. Importante ressaltar que até esse momento não havia se desenvolvido o raciocínio ou o próprio exercício do pensamento, visto que a preocupação central era de garantir a sobrevivência, e não a de "refletir sobre os valores e concepções de sua sociedade da época".
Pulamos então para Idade Antiga; estamos na Grécia antiga, dividindo-nos entre dois povos com duas visões diferentes sobre o corpo: a cidade de Esparta e a de Atenas. Os espartanos dedicavam-se sobretudo à formação de imensos exércitos, visto que valorizavam a força como principal atributo de um soldado, o que, de certa forma, tornou essa cidade uma potência mundial no que se diz respeito a exércitos. Além disso até o próprio povo espartano tinha essa visão do corpo voltado para o desenvolvimento da força. Em contrapartida, temos a cidade de Atenas, que, como já conhecemos, foi berço de uma das maiores civilizações da História, desenvolvendo-se em diversas áreas do conhecimento como a matemática, astronomia, filosofia, política, etc.
Assim, partindo desse pressuposto, constatou-se que Atenas se sobressaiu em relação a Esparta por valorizar não apenas a força, mas também a educação mental tanto do povo como dos soldados.
A Grécia, em geral, teve como uma das principais características o reconhecimento da estética como parte fundamental na formação de um corpo perfeito (isso era muito enaltecido pelo povo, já que quem nascia com alguma deficiência era tido como castigado pelos deuses e era afastado da sociedade). No entanto, a estética vangloriada pela Grécia Antiga chegou ao ponto de tornar-se motivo de admiração das pessoas; nos Jogos Olímpicos (inventados pelos gregos, o que não é de se espantar quando se trata desse povo) os competidores realizavam as atividades nus, para que seus corpos pudessem ser admirados pela platéia ao máximo; a perfeição dos movimentos e das curvas corporais tornava-se visível na execução dos métodos naturais, que ainda perduravam desde a Idade Primitiva.
Com a conquista dos gregos pelo Império Romano, a maior parte dos valores gregos se perdeu. A estética e educação mental tão valorizados na Grécia agora eram suprimidos com a nova visão romana que dedicava-se à formação de exércitos de maneira bem mais exacerbada que em Esparta; o corpo voltou-se para a preparação para as guerras.
Contudo, com a união de Roma com clero, determinada pelo Édito de Tessalônica no governo do imperador Teodósio I, a religião cristã tomou conta da Europa e se espalhou rapidamente por todo o mundo. Essa união possibilitou um aumento do poder da Igreja, que agora poderia punir todos os que se opusessem à visão dela; assim, a concepção do corpo como símbolo de beleza e perfeição foi fortemente combatida pela Igreja, suprimindo qualquer novo pensamento que não estivesse de acordo com os valores pregados por ela. Então, como já sabemos, o corpo foi fortemente desvalorizado na Idade Média, visto como símbolo de pecado e heresia. Um traço importante desse período é que até mesmo o desenvolvimento do pensamento lógico e da razão foi reprimido.
Enfim, chegaram os primeiros iluministas no Renascimento, introduzindo novas ideologias à sociedade antes combatidas pela Igreja; com o desenvolvimento do Antropocentrismo a Igreja deixou de ser o centro e o homem pôde novamente pensar sem receio de sofrer repressão. Assim, o corpo passou a ser racional, movido pela insaciável sede de conhecimento tão marcante nesse período.
Dando um salto, chegamos ao Brasil Colônia, onde o corpo tornou-se um símbolo de resistência física ao sistema escravista negreiro da época. O maior resultado dessa resistência foi o desenvolvimento da Capoeira, que como já estamos cansados de saber era uma "luta disfarçada de dança" que foi não só uma resposta aos trabalhos forçados, mas também à imposição do cristianismo em suas mentes, que foi responsável por um triste processo de aculturação negra nesse período. Com a vinda dos Jesuítas, os valores e traços da cultura advindos da África foram duramente suprimidos por essa imposição, o que só serviu para fortalecer os movimentos de resistência, e, em especial a Capoeira.
Dando novamente um salto, chegamos à ditadura militar do Estado Novo implantada por Getúlio Vargas. O corpo neste momento já começava a ser apresentado através da introdução da educação física nas escolas. A disciplina, no entanto chamada militarista, era praticada nas escolas durante esse período de ditadura, e foi assim chamada por causa da introdução de métodos militares. Os próprios professores de Educação Física tinham que, obrigatoriamente, serem formados ou advindos de instituições militares; tudo com o objetivo de preparar os alunos física e mentalmente para guerra (da mesma forma que no exército), desenvolvendo sobretudo um sentimento patriota. Acima de tudo, o governo introduziu a educação física militarista nas escolas como um meio de manipulação e alienação dos alunos, que já eram preparados com essa ideia de patriotismo e princípios militares visando a evitar que esses jovens pudessem voltar-se contra o governo posteriormente.
Depois de compreender boa parte dessa linha temporal, e depois de muitos contratempos em nossas aulas (como aquele incidente em que a sala estava conversando demais e aí Ramon ficou retado e decidiu botar uma prova valendo 3,0 sobre tudo que foi falado acima, que, só para lembrar, eu fechei ), avançamos nossos estudos e nos voltamos para o esporte em suas diversas esferas.
Sobre o esporte, começamos a entender, primeiramente seu papel como política pública, onde compreendemos que o esporte deixou de ser apenas uma simples atividade de lazer e passou a ser também um fenômeno social, com influência direta na sociedade. Pudemos perceber o esporte em âmbito biológico (que traz benefícios à saúde), psicológico (que melhora e protege a função cerebral e previne doenças mentais), social (que ajuda na formação de princípios e valores éticos e morais, no senso de companheirismo e respeito mútuo) e como política pública (o esporte como forma de promover a saúde e melhorar a qualidade de vida da população, indispensável à sociedade, já que visa o bem-estar comum desta e contribui para a resolução de problemas sociais).
Estudamos também a relação entre Esporte e Sociedade, onde vimos como o esporte pode agir ao mesmo tempo como meio de inserção social e segregação ("o esporte é fruto de uma distinção de grupos sociais e reproduz a segregação, já que apenas os que têm bens materiais é que têm acesso à prática esportiva."). Também compreendemos como o esporte perdeu o seu caráter lúdico, ou seja, deixou de ser apenas uma brincadeira e passou a ser uma atividade de alto rendimento e altamente lucrativa, o que foi responsável em grande parte pelo processo de racionalização que, já que foram introduzidas normas, regras e tecnologias nele.
Por fim, estudamos um dos mais importantes temas deste ano, a relação entre Esporte, Cultura Corporal e Hegemonia. No texto que escrevi sobre este tema, declarei que: "...mesmo com a 'institucionalização' e 'padronização' do esporte (como a implantação de regras, normas e regulamentos), este ainda não perdeu o seu real valor, e por isso deve ser aprendido e ensinado em sua totalidade. Sabe-se que, principalmente para os jovens, é difícil viver no mundo globalizado e capitalista atual, com toda a mídia e publicidade que os envolve, e ainda permanecer com autonomia um posicionamento próprio de ideais e objetivos sem se tornar uma marionete do sistema; por isso, o esporte pode ser um dos meios de se obter emancipação, vista e compreendida sua capacidade de transformar e intervir nas relações sociais de cada indivíduo." Assim, pudemos compreender e analisar o esporte em uma perspectiva emancipatória, o que retoma à capacidade deste de agir como meio intervenção social.
Finalmente, chegamos ao final de mais um ano letivo, e, como já disse, passamos por diversos contratempos e situações desagradáveis, mas não podemos negar o fato de que ao menos alguma coisa aprendemos. Digo por mim mesmo, ao chegar ao final do ano, não é possível que eu não tenha mudado minha visão acerca da disciplina "Educação Física", disciplina esta que aprendi não ser apenas uma matéria que a gente tem que passar e que Ramon dificulta ao extremo...kkkkk brincadeira!, mas é um importante meio de transformação social, uma área do conhecimento que tem a capacidade de provocar transformações em todas as esferas de nossa vida (tirando a parte do RCQ e do IMC que não vai mudar muita coisa na minha vida. kkkkk brincadeira de novo ).
Samuel Sena- Mensagens : 7
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Re: RESUMO DO ANO - ATÉ QUE ENFIM ACABOU!!!
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Última edição por SuperFoqueteMegazord em Qui Nov 16, 2017 11:21 pm, editado 1 vez(es)
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